sexta-feira, 13 de março de 2009

Não vejo lógica na proibição da maconha. Sabe-se que os males causados ao organismo, provenientes da planta, são praticamente os mesmos causados pelo uso do tabaco: doenças respiratórias, risco de câncer de pulmão, dependência química, etc. Já os males causados ao cérebro, como perda de memória e desequilíbrio emocional, são os mesmos causados pelo uso contínuo do álcool. Com uma grande ressalva: segundo pesquisas, a maconha é uma droga que provoca dependência, entretanto, menos que o tabaco ou o álcool. Então porque legalizar o consumo dessas drogas e proibir o uso da maconha?

Eu diria que as razões se encontram na própria sociedade. Vou explicar. Quando seu uso era permitido, a maconha era vista com maus olhos. No Brasil, era tida como “coisa de negro”, já que muitos escravos se utilizavam da planta em rituais, ou para fins medicinais. Na Europa, a planta era associada aos imigrantes Árabes. Nos Estados Unidos, a droga era muito usada por mexicanos. Ou seja, fumar maconha era coisa das classes marginalizadas, e seu uso era visto com antipatia pela classe média branca. Já o tabaco e o álcool, sempre foram consumidos pela elite e considerados permitidos, chegando a ser até sinal de status.

Com a maconha proibida, seus usuários foram obrigados a consumi-la por debaixo dos panos. E foi então que surgiu o narcotráfico, um dos maiores problemas do mundo atual, diga-se de passagem. Ao comprar a planta das mãos de um traficante, estamos colocando dinheiro não só na mão do narcotráfico, mas influenciando o crime e a violência, haja visto que quem comanda esse mercado são pessoas diretamente ligadas com o crime. Outro problema em torno da proibição se encaixa perfeitamente no ditado “Tudo que é proibido é mais gostoso”, o que faz muitas pessoas procurarem a droga por pura curiosidade.

Se legalizada, a maconha seria vendida em farmácias, ou até mesmo lojas de conveniência, tal qual o tabaco. Surgiriam “marcas” de maconha, o que geraria impostos, beneficiando o dono do estabelecimento, o fabricante, o governo, e consequentemente, toda a sociedade, uma vez que os impostos são convertidos em benefícios para a população. Sem contar que, a proibição atenta contra a liberdade de consumir. Cada um é responsável por seus atos, e faz e consome o que bem achar melhor para si. Na minha opinião, se o uso da maconha for legalizado, isso não implicará em um maior consumo, pois temos liberdade de escolha, e só consome quem quer, à exemplo do tabaco e do álcool.

Não sou usuária, e não estou querendo fazer apologia. É apenas uma opinião.
Fica a reflexão.

Até a próxima.