segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Resolvi postar sobre um assunto que, de tão estranho, parece brincadeira ou roteiro desses filmes sobre o futuro, onde carros voam e as pessoas têm visão raio laser. (Exagerei, eu sei, mas é que eu não suporto filme assim... mas isso não tem nada a vê com o assunto do blog, diga-se de passagem. Então, pulemos essa introdução confusa e nada a vê que eu acabo de fazer.)

Li uma reportagem na revista Galileu deste mês, e me vi bem surpresa com alguns avanços da medicina. Segundo a matéria, hoje, já é possível selecionar embriões para evitar doenças genéticas e outras anomalias. Vou explicar: a matéria conta diversas histórias de bebês que tinham predisposição a desenvolver algum tipo de doença grave, que são transmitidas através da genética familiar. Uma dessas histórias é a de um casal que optou pela fertilização in vitro com o objetivo de selecionar um embrião que não contivesse a mutação do gene que favorece o câncer de mama. Isso porque o rapaz tinha na família toda uma predisposição para a doença. A mãe, a avó, a irmã e até uma prima tinham a doença. E a chance da primeira filha do casal nascer com predisposição e desenvolver a doença seria de 75%.
É por essas e outras que eu acho a medicina fantástica. Salvar a vida de uma pessoa antes mesmo de seu nascimento é dar a ela uma segunda chance sem ela sequer ter tido a primeira.
Continuando com a matéria, através dessa técnica é possível identificar anomalias cromossômicas como a que causa a síndrome de Down, entre outras centenas de enfermidades, que em sua maioria são doenças raras, graves e que podem ser fatais ou debilitadoras. Ainda de acordo com a matéria, cerca de 2 mil nascimentos bem-sucedidos já foram realizados com essa técnica no mundo.
Até aí, tudo lindo né? Se não fosse pelo resto da reportagem. Pois é, esse lado bonito, de salvar vidas e tal é apenas o começo das possibilidades abertas pelas novas técnicas de reprodução assistida: “Em alguns anos acredita-se que os pais também terão a chance de decidir, por exemplo, a altura, a cor dos olhos e as linhas do nariz de seus filhos. [...] Cientistas projetam que até características como inteligência, preferência sexual e habilidades musicais poderão ser selecionadas em laboratório.”

Fiquei indignada com isso. Perplexa com tamanha futilidade vinda dos seres humanos. Olha, eu acho o máximo modificar os genes quando se trata de cura para doenças, enfim, quando é uma coisa em prol da vida. Mas para escolher se seu filho vai ter olho azul ou castanho, ou se ele vai preferir matemática ou a carreira de pianista, pra mim é demais. Então, eu, extremamente revoltada, fui comentar esse assunto com meu avô, que é médico e tal. Queria ver o que ele achava disso tudo. E me surpreendi.
Quando eu comecei a esculhambar e falar que isso era ridículo, ele me interrompeu e disse:
- Acho que você está sendo muito conservadora, Larissa.
( Nossa! Meu avô me chamando de conservadora. Pensei comigo mesma "é o fim dos tempos!” )
O fato é que ele não se colocou totalmente a favor, ele estava mais pra indiferente. Ele disse que a genética é uma ciência muito recente e que ainda há muito que se descobrir, muito o que modificar, e que eu não me assustasse tanto.

Pode até ser, mas não fui convencida. Ainda não. Mas, quem sou eu né? Hahaha.
Até a próxima!