quinta-feira, 16 de julho de 2009

Eu não queria assustar ninguém com minhas loucuras, juro. Mas, de uns tempos pra cá, tenho agido menos, observado mais, e consequentemente, colocado tico e teco em situações nada favoráveis. Venho tentando entender algumas coisas, buscando as razões de tantas outras, enfim, complicando minha vida.
Os seres humanos são estranhos, e não é à toa que milhões de estudiosos elaboram teses e mais teses sobre o comportamento de nós, ilustres figuras bizarras que habitam o bom e velho planeta terra.
Eu parei pra pensar e cheguei à conclusão de que, se não estou louca, estou perto.

“Só é possível conhecer, seja o que for, quando se está distante”. Ouvi isso na aula de autopoiésis, ministrada pelo querido professor Gusmão. A princípio, eu não entendi muito bem, mas agora faz todo o sentido. Explicarei: Segundo a teoria da autopoisésis (Niklas Luhmann), não é possível conhecer nada como de fato é. Primeiro, porque as coisas que vemos e conhecemos são “cortes” feitos pelos nossos sentidos, tipo olho, ouvido, etc. Sem contar que, querendo ou não, o que a gente observa é absorvido por nós de uma maneira, e essa maneira pode ser diferente em outrem.
Segundo, quando estamos próximos ao que desejamos conhecer, não conseguimos fazê-lo, seja por envolvimento, seja por fazer parte do mesmo contexto e não conseguir analisar de forma distante. Ou seja, o ser humano nunca vai conseguir de fato decifrar os seres humanos, uma vez que está inserido na bagaceira.
Isso tá uma loucura né? Mas vou dar um exemplo básico: Quantas vezes nos relacionamos com pessoas, sejam amizades ou paixões, e não enxergamos coisas óbvias, que posteriormente, após certo afastamento, passamos a enxergar? Quantas vezes não pronunciamos a velha, e sempre clichê, frase: “Convivi tanto tempo e agora vejo que não conhecia essa pessoa!”.
Outra coisa que aprendi é que, para nós, o outro nunca será o que realmente é. O outro é, na verdade, aquilo que enxergamos nele. Nunca conheceremos o outro 100%, e nunca conseguiremos entender. Seja pro bem, seja pro mal. Não importa a convivência ou proximidade, nunca o outro será para nós o que ele é.
Convenhamos, nem nós mesmos nos conhecemos por completo, avalie as outras pessoas. Pois, do mesmo jeito que o que somos, e o que pensamos é externado pela fala, pela escrita, pelos gestos, o do outro também é. Ou seja, não é o que na verdade é, é transformado e codificado para ser externado.
Ah, e também não acredito na reciprocidade. Acho que isso não existe. Podem haver sentimentos fortes e verdadeiros, nunca duvide disso, mas nunca serão iguais. Você pode ter um amigo que você gosta muito, e ele, idem. Mas nunca será a mesma coisa, pois você enxerga, absorve e externa as coisas de um jeito, e ele, de outro. Os sentimentos não podem ser medidos de forma que se equiparem exatamente. Nunca é igual.

Sou louca. Sempre soube. Reciprocidade não existe e Jamanta não morreu.
Até a próxima!

sábado, 4 de julho de 2009

Olá pessoas do meu Brasil! Resolvi dar uma mudada aqui no blog, uma sacudida nesse visual, e ir pra rua com esse corpo moreno da cor do pecado. ( Para entender: http://www.youtube.com/watch?v=U2eWmfOlN6M&feature=related )

Como sempre, faço introduções distorcidas e nada a ver com o assunto que eu pretendo falar. Preciso mudar isso...
Não estou muito inspirada. Porém, e seguindo conselhos, resolvi tomar vergonha na cara e resgatar meu querido blog, que estava entregue às moscas. (Drama).
Pensei em outro assunto menos polêmico, mas a idéia de escrever sobre Michael já me consome há alguns dias. Eu sei que ninguém aguenta mais esse bla bla bla todo, mas enfim...

Não julgo. Não sei se posso. Li essa frase um dia desses e acho que ela se encaixa perfeitamente ao que eu penso sobre toda essa polêmica em torno do astro. Vamos às explicações: Michael começou a carreira de cantor bem cedo, ainda criança. Conheceu fama, dinheiro e sucesso enquanto era apenas um garoto. O sucesso foi tanto, que a carreira se estendeu por toda juventude e idade adulta do cantor. Sabe-se ainda que durante a infância ele sofria maus tratos do pai,etc.
O que eu quero explicar com isso é que eu entendo completamente que uma criatura dessa seja meio doida varrida e perturbada. Imagine o que é perder a infância fazendo shows, emendar essa carreira na juventude e seguir sendo o centro das atenções por toda a vida.
Nossa, eu entendo que essa foi uma escolha dele, de continuar com a fama. Mas imagine você no lugar dele. O cara praticamente perdeu a infância e juventude. Não teve muitos amigos, não brincou. Não saiu pra festas com os amigos. Não bebeu, fez merda e se arrependeu, enfim, não fez coisas normais que a maioria das pessoas faz. Quase todos que se aproximavam dele, era por puro interesse. Imagine você, sem poder sair na rua sem ser fotografado por milhões de paparazzis, enfim, sem vida social.
É totalmente compreensivel que uma pessoa assim fique meio louca, vide Britney Spears que começou a carreira toda lindinha cantando Sometimes e um tempo desses apareceu careca, drogada e louca.
Acho que isso tem muita a ver com a “abdicação” da vida social. Pessoas que alcançam grande sucesso quando ainda são novas perdem etapas importantes da vida, e depois tentam recuperá-las, tipo Michael Jackson e Neverland.
Claro que isso tem a ver também com o psicológico. Não estou querendo defender não, que eu não sei praticamente nada da vida de Michael, se ele é pedófilo, se deixou de ser, se tinha doença de pele, se quis deixar de ser negro, enfim.
O fato é que a maioria das pessoas julga os outros sem se colocar no lugar delas. E assim é bom demais.
Não julgo. Não sei se posso. E ainda bem que eu sou anônima.

Até a próxima!